sábado, 22 de março de 2008

Páscoa

De todas as festas, uma das minhas favoritas, senão mesmo 'a' minha favorita é a Páscoa. A razão é até bastante simples. Senão vejamos: o Natal, toda a gente concorda, é para a família; a passagem de ano é para os amigos; os aniversários, normalmente, comemoram-se com a família, mas acaba-se sempre por sair com alguns amigos; o Carnaval é para a folia... Mas a Páscoa é diferente! Em nenhuma outra festividade existe uma tão grande proximidade entre família e amigos, ou seja, entre todos aqueles a quem queremos bem.
Sou do Norte, de Viana do Castelo, e embora dizê-lo pareça mais um 'cliché', na verdade quer dizer muito no que diz respeito à tradição da Páscoa. Aqui no Alentejo, a família do meu marido simplesmente não liga à Páscoa, e no máximo a minha sogra convida os filhos e família para um almoço, normalmente de borrego no forno. E é só! Este ano nem isso, pois como o meu cunhado está ainda de cama a recuperar de uma operação, decidiu-se nada fazer. E a Páscoa este ano, será passada assim, cada qual na sua casa. Com a agravante de este ano o meu marido trabalhar no Domingo de Páscoa. Ou seja, vou passá-la entre as minhas quatro paredes e sozinha.
Mas no Norte é diferente! Ainda agora a minha mãe me ligou a perguntar de receitas para doces. O meu pai já fez o pão-de-Ló de manhã, e ontem foi o dia dos pastéis de carne, rissóis e afins. Hoje à tarde está em projecto uma tarte de amêndoa e um bolo de bolacha. À noite será a vez da bola de carne. Amanhã ainda se farão mais coisas bem cedo pela manhã. Depois irá se almoçar a casa de familiares, e mais uma troca de amêndoas entre tantas outras que já se fizeram nestes últimos dias. E depois começa o corre-corre...!
Em Viana do Castelo, em plena cidade, ainda se realiza o beijar da Cruz. E as casas são tantas que certas paróquias têm de alargar a cerimónia para segunda-feira, acto que em algumas delas se continua a realizar no domingo e segunda-feira seguintes, chamados por isso de Pascoela. Normalmente os meus pais põe uma mesa com doces, outra com salgados e abre-se a porta a toda a gente. E vêm os tios, primos e sobrinhos de segunda e terceira geração, os vizinhos, os padrinhos, os casais amigos que trazem os filhos e até o cão. E a casa fica cheia, sempre cheia, apesar de alguns de alguns ficarem e de outros não.
A campainha toca ao princípio da tarde e a porta, depois de aberta só se volta a fechar já bem à noitinha. Na maioria são gentes de Viana e arredores, mas também há de Ponte da Barca, Porto, Lisboa, até de França e por aí fora. Uns anos vêm uns, outros anos vêm outros, mas há quem venha todos os anos, naturalmente. E quando o padre chega, nunca se sabe quem ou não está. O padre entra com a Cruz, mais os escuteiros que andam já há muito a apregoar a sua chegada com o sino, muitas vezes vêm também lavradeiras e tudo entra, nem eu sei muito bem como, na pequena casa dos meus pais. A Cruz é passada para o chefe da casa, ou seja o meu pai, que depois a dá a beijar a todos os presentes.
Depois do padre sair, aproveita-se novamente para se petiscar, e 'Quem quer mais chá? E café?', e fala-se deste, daquele e de toda a gente. E todos os anos a família cresce, os amigos de longa data são já família, e os novos... Bem, os novos, principalmente para quem não conhece e nunca viu, fica atordoado e ao mesmo tempo maravilhado. Toda a gente se fala e se espalha por toda a casa. Os bengaleiros não chegam, e portanto as camas estão cheias de casacos. Apenas uma casa-de-banho para toda essa gente, chega a ser caricato e normalmente há fila!!! Passar pelo corredor é sempre uma aventura. Houve um ano em que cheguei a contar 53 pessoas, todas ao mesmo tempo, lá em casa!!!
E este ano aqui estou! Mas decididamente terei de começar algum tipo de tradição cá para baixo!!! Para o ano faço questão!!!
Resta-me apenas desejar a todos uma Feliz e Santa Páscoa!

sexta-feira, 14 de março de 2008

Candeeiro

A minha madrinha deu-me, já no ano passado (ou terá sido no anterior?), um antigo castiçal, que mais tarde tinha sido aproveitado para candeeiro de mesa. Veio somente a parte em metal, pois o resto, ou se perdeu, ou se partiu. Não sei bem a história...! Só sei, e ainda bem, que veio cá parar. Ora eu fiz provavelmente o que a minha madrinha tinha feito durante tanto tempo: guardei-o. Não pelo facto de não gostar dele, muito pelo contrário, mas simplesmente porque não tinha nenhuma ideia de como o aproveitar, nem onde o pôr. Mas com algumas alterações cá por casa, deparei-me novamente com ele e decidi-me! Peguei nele e trata de percorrer loja após loja, à procura mais de uma ideia do que algo em específico. Após algumas tentativas, eis o resultado final:O meu marido lá tratou de meter um fio novo, com ligação à terra que não tinha, uma lâmpada de poupança de energia e ficou prontinho! Mesmo a calhar, logo ao lado do sofá, em cima de uma estante com livros. Não sei se estão a ver, mas passou a ser o meu cantinho das leituras...! Mesmo apetecível!!!
Boas leituras!

terça-feira, 11 de março de 2008

Salada de Peixe

Não sei como é nas outras casas, mas cá pela minha, à hora das refeições, se calhar de ser peixe, o meu marido faz-me invariavelmente sempre a mesma pergunta: '-É daquele com espinhas?' Ora, o que a minha cara metade tão simpaticamente apelida de 'aquele com espinhas', é um peixe que eu gosto bastante: congro (para quem não está a ver, é aquele que se parece com uma cobra). É óptimo em caldeiradas, grelhado, cozido, etc. Mas cá em casa é sempre uma consumição! E o pior, normalmente é mais aquele que fica no prato, do que aquele que foi comido, e como eu gosto bastante, acho no mínimo, um crime!!!
Mas como eu sou teimosa e continuo a preferir peixe a carne, tive de mudar a questão. Porque é que ele não come congro? Por causa das espinhas...! Então e se eu fizesse congro sem espinhas? Vamos lá experimentar!

-Ingredientes (para duas pessoas):

  • 2 ou 3 postas de congro (dependendo do tamanho)
  • 2 ovos
  • 250 g miolo de camarão
  • 200 g milho
  • 2 tomates maduros
  • oregãos, sal, azeite, cebola

Coze-se o congro com um pouco de sal e uma cebola para dar mais sabor. Cozem-se também os ovos, o miolo de camarão e o milho. Limpa-se o peixe de peles e espinhas. Partem-se os ovos cozidos e os tomates maduros em bocadinhos pequenos. Mistura-se tudo numa saladeira. Tempera-se com oregãos, sal e um fio de azeite. Serve-se mesmo assim e de preferência já frio. Eis aqui o resultado:

Como vêem, o meu jantarinho já está pronto. Mais uma peça ou duas de fruta e a minha barriguinha regala-se toda. Quem preferir pode comer com maionese, ralar ainda uma cenoura, acrescentar pepino, etc. Deixo ao vosso critério.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Parede de Molduras

Pois é! Finalmente pronta! Após dias a passar fotos no scanner, impressões, lixadelas, envernizamentos, etc, finalmente acabei. A parede está pronta!!! Acabei por escurecer umas molduras em tons de carvalho escuro e outras em tons de mogno (que se aproveitou também para o corrimão), e acho que o conjunto ficou mais engraçado. Ora vejam lá mais em pormenor duas molduras idênticas, uma em cada côr: Quanto ao ordenamento das fotos, não foi nenhum. Passo a explicar: não estive preocupada se umas fotografias eram mais antigas, e outras já a cores e recentes, nem se umas eram da minha família, ou se outras eram da família do meu marido. Na confusão é que está a graça, e na capacidade de este ou aquele se reconhecer aqui ou acolá. E é sempre motivo de conversa. Tem-se assim a oportunidade de falar um pouco das nossas raízes, de férias, de casamentos, de festas, etc. Agora fica é difícil de se conseguir sentar alguém no sofá que fica mesmo por baixo das fotos...! Ou quando alguém lá se acaba por se sentar, começam as torcidelas no sofá, os torcicolos no pescoço e uns meios sorrisos que se esboçam ao notarem pela primeira vez neste ao naquele pormenor. Gostei! O trabalho valeu a pena! E como é sempre bom saber-se do que se fala, aqui vai a foto das minhas fotos...Mas confesso que, pelo menos nos próximos tempos, não me devo meter com mais fotografias, pelo menos nesta quantidade de uma só vez!!!

domingo, 9 de março de 2008

O nosso belo corrimão

Tenho andado um pouco desaparecida, mas ainda ando por cá!!! Apenas mais trabalho e ainda por cima com visitas em casa, torna-se um pouco complicado tentar gerir também este blogue. Mas agora já estou de volta novamente.
Dizia eu, visitas em casa. Os meus sobrinhos vieram passar cá uns dias e apesar de gostar sempre de os ter por cá, desta vez não foi pela melhor das razões, mas sim porque o pai, meu cunhado, teve de ser operado e obviamente a minha cunhada ficou com ele no hospital. Correu tudo bem, já estão todos em casa, embora o meu cunhado esteja ainda em covalescência de cama. Mas tudo há-de correr pelo melhor, como sempre espero!!!
No próximo fim-de-semana tenho novamente casa cheia com a visita dos meus pais, irmão e cunhada. Passam-se semanas em que nada acontece e depois..., é tudo junto!!! Não me estou a queixar, acreditem! Ter os papás por cá é sempre bom!!! Espero que venham aí muitos miminhos para a vossa filha!!!
Além do mais, tenho também andado ocupada a finalizar alguns projectos pendentes. Como o corrimão que finalmente já está ao serviço!!! Todos que cá vinham se queixavam do mesmo: 'Ai que estas escadas precisam aqui de um corrimão...'. E finalmente lá conseguimos. Querem dar uma espreitadela? Pois aqui está ele!
Foi comprado em pinho sem tratamento e depois foi escurecido em tons de mogno (para combinar com as portas) e seguidamente envernizado com verniz vitrificador. Levou três demãos e claro, sempre uma lixadela entre cada uma. Ficou com um aspecto uniforme e bastante suave ao tacto. Realmente este tipo de verniz deixa um bom acabamento, além de secar totalmente em menos de 24h.
Outros trabalhos já finalisados ficam para uma próxima postagem.